quarta-feira, 20 de junho de 2012

Dúvidas frequentes 1


Decidimos tornar postagens as dúvidas dos nossos colegas, que vez por outra chegam ao e-mail, ou mesmo em comentários no blog. Foi o que fizemos com o comentário do caro Júnior da cidade de Cáceres no Mato Grosso.  


Caríssimo Júnior,

Em primeiro lugar vá me desculpando a demora, estive meio ocupado estes dias.

Vosmecê expôs seu conhecimento, agora vamos ao que penso sobre isto, apesar de nunca ter visto a abelha Tubiba.   
Assunto: [Meliponário Campos Verdes] Novo comentário em A abelha Tubiba.
Para: jpabelhas@yahoo.com.br
Data: Quinta-feira, 14 de Junho de 2012, 19:58
Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A abelha Tubiba": 

Muito grato pela participação no blog. Isto é relevante para a construção do conhecimento na medida em que defendemos nosso ponto de vista. A meliponicultura só tem a ganhar. 

1 - Num outro blog, o Abelhas de Ouro, diz que a mesma Tubiba é a Canudo... E não tem as pontas das asas brancas não!!!!

Várias espécies de ASF podem sofrer alterações no que se relaciona ao seu nome popular de uma região para outra. 

O que eu sei te dizer é que a Tubiba daqui do Nordeste (Área de Caatinga) é uma Scaptotrigona e estas, assim como as Partamonas, são bem semelhantes, até no próprio nome, como por exemplo: Tubi, Tubuna, Tubiba e estes nomes podem facilmente sofrer variações, ou mesmo, pode acontecer de duas espécies possuírem o mesmo nome. Se eu não me engano, já li em algum artigo sobre a existência de uma abelha nativa da região amazônica que possui o nome de Jandaíra, o que pode-se afirmar que trata-se de um homônimo perfeito com a nossa Jandaíra (Rainha do Sertão - endêmica da região semi-árida do Nordeste brasileiro), o que as diferenciam neste caso é o nome científico.  

O que pode acontecer também é que uma determinada espécie tenha vários nomes. O que está em jogo aí são as questões culturais de cada povo, ou seja, atribui-se um nome a algo levando-se em consideração elementos dessa cultura, situações do cotidiano, aspectos comuns que expressam familiaridade. Vamos deixar isto para os antropólogos. 

Onde estou querendo chegar? Aqui, por exemplo, na "minha" região existe uma abelha conhecida como Rajada, mas em outras localidades é conhecida como: Uruçu Mirim; Papa Terra, Maduri, e por aí vai.
Aqui em nossa região a Tubiba não é mesma Canudo (cabe definição de diferenciação num outro momento).

E dificilmente, a abelha do Meliponário Abelhas de Ouro, ou mesmo a que você conseguiu será a "nossa" abelha Tubiba. Como se sabe as abelhas nativas são estreitamente ligadas ao espaço geográfico... A vegetação, o clima dentre outros elementos que, estão sistematicamente entrelaçados, é o que dá sustentação a toda essa cadeia a que chamamos de ecossistema.

Por essa razão é que não se permite o transporte de abelhas nativas para regiões em que não são de sua ocorrência.

Dificilmente, ainda, talvez eu não tenha tanta propriedade para essa discussão, a mesma abelha Tubiba nativa da região semi-árida não habitaria, ou melhor, não seria nativa de regiões como a Pantaneira, Mata Atlântica ou Faixas Litorâneas.                
        
2 - Também não fala de nenhum cheiro característico.
Com relação a este cheiro, eu não sei te responder, pois não tive contato com esta espécie, quem me repassou esta informação foi o amigo Rivan do Meliponário do Litoral, este sim é uma autoridade no assunto e tem toda a propriedade para falar-nos a respeito. 
3 - É muito complexo detectar espécies de abelhas...
Aqui no Rio Grande do Norte, não existe uma variedade imensa de espécies de abelhas nativas, e estas possuem características distintas, por essa razão já facilita a sua identificação.  
Abraços...

Júnior Paulo Zocal,
Cáceres MT.

Cordialmente,
João Paulo Evangelista de Medeiros
São Paulo do Potengi/RN
Meliponário Campos Verdes

Obs.: Estamos abertos às críticas, temos pouco tempo na atividade e persiste diversas dúvidas, à medida em que vamos dia a dia manejando estas abelhas.

Vamos alimentar esta corrente, podem ficar à vontade para mandarem apontamentos.


Um grande abraço


São Paulo do Potengi/RN, em 20 de junho de 2012.


João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes

   

3 comentários:

  1. Meu amigo João Evangelista muito bonita,sua atitude em colocar esse espaço para debate.mais digo ao amigo que vou nesses Dias lá nas terras das tubibas.vou trazer um enxame para você conhecer e se der certo, trago o mel para seu querido avô provar.
    Abraço
    Rivan Fernandes
    meliponário do litoral
    Macaiba/RN

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  2. Amigo Rivan,

    Seja bem vindo neste espaço, a presença de um mestre é sempre pertinente.

    Muito grato. Fico no aguardo.

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