quarta-feira, 25 de maio de 2011

Especial Rajada

(Figura 1 – Entrada natural da Rajada)

Informações detalhadas acerca do estudo da abelha Rajada podem ser encontradas no livro: Munduri (Melipona Asilvai): A abelha sestrosa. Série Meliponicultura – nº 07. Aqui trataremos, especificamente, de questões relacionadas às técnicas de criação e manejo que utilizamos, como também, de assuntos pertinentes que estamos procurando desmistificar através de nossas observações.



(Figura 2 – Matriz de Rajada)

Já há algum tempo tínhamos 2 Rajadas no meliponário, uma em um tronco de Imbuzeiro, a outra em uma caixa confeccionada com sobras de madeira – poderíamos chamá-la de tudo, menos de racional.


(Figura 3 – Nossa 1ª Rajada em um tronco de Imbuzeiro)

Resolvemos passá-la para as caixas.


(Figura 4 – Recém transferidas)

Nesse período, nós ainda não fabricávamos as caixas, estas eram encomendadas a um meliponicultor aqui do município. Segundo ele, as caixas teriam que obedecer a esse padrão - “INPA” (com adaptações), pois as abelhas Rajadas que ale havia criado não se adaptaram à caixa horizontal – Nordestina, por essa razão, adquirimos este modelo. A caixa é divida em 4 módulos, ambos com as mesmas medidas: 14 X 07 cm (medidas externas), geralmente, as caixas aqui em nossa região são confeccionadas com madeira que variam de 1,5 a 2,0 cm de espessura.  

Passado algum tempo, resolvemos ampliar a criação desta abelha. Recebemos algumas doações, compramos outras. A partir daí, resolvemos construir um meliponário exclusivamente para elas (como citado em postagem anterior).


(Figura 5 – Agora elas têm seu próprio espaço)

Nosso próximo passo foi fazer as transferências das abelhas, pois algumas, ainda se encontravam em troncos, vejamos passo-a-passo como realizar essa tarefa:     

A transferência consiste na passagem da abelha do tronco para a caixa, diga-se de passagem, trata-se do serviço mais trabalhoso, mais demorado, enfim.


(Figura 6 - Identifique a abelha) 

 (Figura 7 - Deixe uma caixa vazia no local do tronco)

 (Figura 8 - Reúna as ferramentas)

 (Figura 9 - Realize os cortes no tronco)

 (Figura 10 - Abertura do tronco)

 (Figura 11 - Acomodação na caixa racional)

(Figura 12 - Vedação da caixa com fita adesiva)

Depois de fazermos todas as transferências, na outra semana fizemos as inspeções. Os maiores inimigos das abelhas nativas por aqui (meliponário) são os forídeos – (este merece uma discussão a parte) e as lagartixas. Porém, hoje em dia, não constituem grande perigo. Contra as lagartixas adaptamos estas proteções e contra os forídeos, além das Rajadas serem bastante resistentes, provavelmente por ocasião do clima quente, espalhamos as armadilhas.

 (Figura 13 - Preparando as armadilhas)

(Figura 14 - Armadilha contra forídeos e proteção contra lagartixas)

Sem maiores problemas constatados, fizemos nossa primeira divisão, e o resultado não poderia ser melhor:

(Figura 15 - Postura nova)


(Figura 16 - Reforço alimentar)

Com relação ao que dizem algumas pessoas a respeito desta abelha, em nossa opinião, muita coisa é mito. E é isto que estamos tentando comprovar através das nossas observações. Por exemplo: já nos falaram que, a Rajada não gosta de vê gente, por conseguinte, não se adaptaria ao ambiente urbano. Trouxemos algumas para a cidade e se deram bem, o único problema foi o carro do fumacê que quase exterminou as colônias, por isso, tivemos que levá-las para o Sítio novamente. Outra questão é que, elas não permaneceriam por muito tempo em caixas horizontais, pois iriam embora. – abelha nativa não vai embora. Outro ponto, é que não se deve criá-las no mesmo ambiente das Jandaíras. Já fizemos a experiência, percebemos inclusive, interações sociais entre estas. E por aí vai, só para citar algumas.

Infelizmente a Rajada não é amplamente difundida, pois sua produção é pequena, por sua vez, não despertando o interesse em sua criação. Desta maneira, estas abelhas ficam a mercê de práticas extrativistas, da ação predatória dos meleiros (caçadores de abelhas), do desmatamento, das queimadas, podendo chegar ao trágico fato, num futuro não muito distante, de serem encontradas apenas, nas mãos de alguns poucos meliponicultores.

Um grande abraço.

São Paulo do Potengi-RN, 25 de maio de 2011.

João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes

sábado, 21 de maio de 2011

A abelha Tubiba

Sempre que converso com meu avô sobre abelhas sem ferrão ele lembra de uma abelha chamada Tubiba. - Comentava que, “o cabra tinha que ser macho (valente, corajoso) para poder tirá-la”, ele a comparava com o Arapuá (Trigona Spineps) no quesito defesa e força na mandíbula, pois – “beliscava, aos montes, o camarada no pescoço, no nariz, nas orelhas...” Relatou ainda que eram bastante populosas; faziam bastante mel – “eu já cheguei a tirar quase dois litros de mel num cortiço de Catingueira que eu tinha aqui em casa”. Finalizando nossa conversa meu avô relatou ainda que, se tratava de uma abelha pequena e “pretinha”.

Bem, como eu já possuía alguns conhecimentos prévios, fui à busca de informações, algumas infrutíferas, como na literatura ou internet, por exemplo. Se nessas fontes não foi possível encontrar nenhum registro, restavam-me as fontes orais. Vejamos o que foi encontrado: no primeiro relato, de um apicultor aqui do município, este dissera que, quando era criança havia, no caminho do roçado, uma abelha justamente com essas características, num pé de Imbuzeiro e que, posteriormente um Sr. queimou o Imbuzeiro com abelha e tudo, quando da ampliação do roçado.

Outro dia fiquei sabendo que, em João Câmara-RN, cidade onde estudo, existe duas comunidades rurais que, seus respectivos nomes faz menção a esta abelha. São elas Tubiba e Tubibal. Um colega que estava desenvolvendo um trabalho de pesquisa em uma dessas comunidades, falou que, em uma de suas entrevistas, um morador relatou que havia muita mata no lugar (em decorrência atribui-se o 1º nome da cidade de João Câmara - Matas) e que, era o berço da abelha Tubiba. Existia muita abelha, segundo o entrevistado. As pessoas utilizavam o mel no tratamento de gripes e resfriados, contra inflamação na garganta e, principalmente, o mel era adicionado ao mingau das crianças. Estas abelhas foram retiradas do seu habitat natural, chegando ao ponto, de hoje não encontrar uma se quer abelha Tubiba na região.

Insatisfeito ainda, procurei o pároco do lugar, o Monsenhor Lucena Dias, um dos precursores da apicultura em nosso Estado, no qual tem uma experiência vastíssima na lida com as abelhas africanizadas. Lhe perguntei, sendo este, um grande conhecedor da história de João Câmara, se conhecia a abelha Tubiba, e me respondeu que sim. Inclusive, há não muito tempo atrás, havia recebido uma de presente num toco de Aroeira e, depois de passados alguns anos ela se extinguiu. Por alguns instantes achei que estava bem próximo dela.

Noutro dia, por ocasião do X Congresso Iberolatinoamericano de Apicultura realizado em Natal-RN de 11 a 14 de outubro de 2010, tive a oportunidade de conversar um minutinho com o Ezequiel da Jandaíra de Jardim do Seridó-RN, como é conhecido devido a quantidade de abelhas que possui e pelo comércio de seus produtos. Lhe falei a respeito da abelha Tubiba, e me respondeu que tinha apenas uma, também foi a única coisa que conversamos sobre esta abelha.

O que permanece é uma dúvida tremenda com relação à Tubiba. Será que ela foi catalogada? É possível que tenha desaparecido de vez das nossas matas? Será que ela é a Tubi do Maranhão?

Certa vez, acompanhando o vídeo produzido pelo globo rural com as Tubis do Sr. Wilson, foi possível notar diversas semelhanças entre ambas. Só que no vídeo enfatiza-se muito a produção de pólen, e meu avô falou da produção de mel. Acompanhando o blog do Márcio Pires – Rei da Mandaçaia, ele fala que as Tubis são boas produtoras de mel, não apenas pólen.

Seria a nossa Tubiba a mesma Tubi do Maranhão? Alguma espécie de scaptotrigona?

(Figura 1 - Abelha Tubi "Escaptotrigona sp" - Meliponário do Sertão) 


 (Figura 2 - Imagens - Meliponário do Sertão)

(Figura 3 - Pau-d'arco)

Segundo meu avô, este Pau-d´arqueiro no Sítio Carnaúba, há muito tempo atrás abrigava um ninho da abelha Tubiba.


Um grande abraço.


São Paulo do Potengi-RN, 21 de maio de 2011

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João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes

A retirada das abelhas sem ferrão das matas

Esta prática é bastante comum na “minha” região, e isso tem contribuído, ao longo do tempo, para o desaparecimento prematuro de algumas espécies, dentre elas: a Tubiba, a Cupira, a Moça-branca, a Pimenta, o Zamboque, o Mosquito-remela, enfim. Aqui nas imediações do Sítio não as encontramos mais. Pode ser que exista alguma em outras localidades, mas com certeza, em um número bastante reduzido.

Outro dia, o meu tio Eduardo encontrou uma abelha Jandaíra em um pé de Imbuzeiro, numa área de mata, cercada e conservada por ele (a única do lugar). Meu primo Zé Ivan do Meliponário Santa Rita e eu achamos melhor não retirá-la.

(Figura 1 - Construção do Meliponário Santa Rita)

Não nos preocupamos, visto que, tio Eduardo é uma pessoa bastante respeitada e, por essa razão, acreditamos que ninguém entraria lá para capturá-la. Deixaríamos em seu habitat, pois serviria para furtarmos família uma vez por ano e, quem sabe, mostrarmos a alguém que se interessasse em conhecer a Jandaíra em seu ambiente natural. Dentre outras razões.

Não demorou muito, veio um filho de Deus e, com o auxílio de um machado, deu para perceber pelos cortes, retirou a abelha, ou melhor, matou a abelha em troca de alguns poucos potes de mel e saburá (pólen). Poucos por que não estava no período das abelhas fazerem mel.

Sabemos da importância das abelhas nativas, principalmente para a reprodução das plantas, por meio da polinização e, diga-se de passagem, realiza essa tarefa com maestria, pois é responsável por cerca de 60 a 90% da polinização das plantas. Sabemos também que, é aconselhável retirá-las da natureza caso esta se encontre em situação de risco, como uma área que está prestes a ser desmatada, por exemplo.

O que se deve fazer? Infelizmente a retirada destas abelhas das matas é uma prática cultural que vem se arrastando desde nossos antepassados. Meu avô, meu bisavô, tataravô e aí por diante.

Às vezes, me deparo com a seguinte dúvida, - eu retiro a abelha? E se de repente alguém chegar e destruir a abelha, como aconteceu com a abelha do tio? Será que ela estaria melhor amparada no meliponário?

Ainda bem que, eu tive a oportunidade de retirar essas abelhas apenas duas vezes. Vejam só o que nós aqui do MCV recomendamos.

Se a abelha estiver em uma Imburana, ou em outra árvore que seja possível a sua germinação por meio da estaquia (pega através do galho), após a retirada desta, que você replante, pelo menos, 05 galhos. E em seguida, quando chegar ao meliponário...

(Figura 2 - Replantio de galho de Imburana com abelha Jandaíra)

(Figura 3 - O galho já está brotando)

(Figura 4 - Dentro de alguns anos será uma bela árvore)

Faça o replantio do tronco, se possível.


(Figura 5 - Produção de mudas para reflorestamento)  

(Figura 6 - Muda de Caibeira já com 3 anos de plantada )

(Figura 7 - Mudas de Mulungu e Jucá também foram plantadas)

 Fazemos nossa parte. Faça também a sua.


Um grande abraço.


São Paulo do Potengi-RN, 21 de maio de 2011.


João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário CamposVerdes

terça-feira, 17 de maio de 2011

Um motivo de alegria

Quando eu já estava me preparando para voltar para casa, depois de longos quatro anos de curso (História), na cidade de João Câmara-RN, a 54 km de São Paulo do Potengi “minha” cidade, fiquei sabendo que vou permanecer por lá mais dois anos. Na manhã deste sábado – 14 / 05 / 2011, recebi o resultado que teria sido aprovado na seleção para o curso de especialização em "Economia Solidária e Desenvolvimento Territorial", promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. A seleção foi realizada em dois momentos, 1º - análise curricular e 2º - a entrevista.
O professor pediu para que eu me apresentasse e, em seguida comentasse o que eu esperava do curso. Antes de iniciar a apresentação, percebi que em cima da mesa do professor havia um folheto de apicultura que, tratava da cadeia produtiva do mel. O interessante é que, durante a fala eu mencionei que trabalhava com apicultura e que era membro da diretoria da Associação dos Apicultores de São Paulo do Potengi – APIS POTENGI. Falei ainda, que era meliponicultor, inclusive fiz a relação de que, a meliponicultura pode ser considerada um exemplo de economia solidária e por que não uma forma de contribuir para o desenvolvimento do território? Ele achou muito interessante, comentou que realizara alguns projetos (de horticultura, por exemplo) em assentamentos, comunidades rurais e escolas.
Não vejo a hora de iniciarmos as atividades do curso para levar a ideia de implantarmos um projeto de meliponicultura nestas localidades.


Um grande abraço.

São Paulo do Potengi-RN,17 de maio de 2011.


João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes

Visitantes inusitados






Vez por outra, é comum encontrarmos alguns visitantes nas dependências do meliponário, nas caixas e nos troncos principalmente. Mas confesso que este nós não esperávamos. Só para citar alguns exemplos, no meliponário já encontramos: ninho de rouxinol; casa de maribondo-caboclo; domicílio de Maria fumaça; aranhas; lagartixas (estas todo o cuidado é pouco). Nas caixas, um ou outro ninho de abelha e/ou vespa solitária. Nos troncos, aí sim, devemos manter todo um cuidado, pois estes, na verdade, constituem um complexo ecossistema, por essa razão, atenção redobrada. Já encontramos baratas (Maria preta); um escorpião; colônias de formigas sassará (um terror – um dos importantes inimigos das abelhas nativas); cupins etc. Os troncos, com o passar do tempo vão se desgastando, formando cavidades onde se estabelecem uma infinidade de “bichos”. É aí onde entra o meliponicultor. As visitas periódicas ao meliponário são muito importantes, estas lhe permitem uma visão detalhada de sua atividade. Fazendo-se necessária a intervenção, evita-se o atraso no desenvolvimento de alguma família, ou mesmo, seu fim.
Estávamos, meu pai e eu, transferindo uma colônia de Rajadas de um tronco para caixa,

(Figura 1 - Preparando a caixa para a transferência)

Quando de repente, vejam o que apareceu.

(Figura 2 - Rato-cachorro)

 Como danado ele foi parar aí dentro?


(Figura 3 - Esta pedra "obstruía" a passagem)

Existia uma pedra e estava vedada com barro. Praticamente “impossível” deste Rato-cachorro conseguir entrar.

(Figura 4 - Folhas de Catingueira)

Observem as folhas de catingueira com as quais ele utilizou na construção de sua cama.

(Figura 5 - Sua morada)

Vivia aí sem prejudicar as abelhas, pois se alojou antes da tapagem.

(Figura 6 - Tapagem da abelha)

Por alguns instantes fiquei me perguntando. “a de cima não, mas a tapagem de baixo é porosa. Acredita-se que, caso entre água na colônia, esta teria como escorrer e passar pelos poros da tapagem inferior”. Como o cheiro das fezes e urina desse rato não afetava a abelha? “Mas "pera" aí, não há fezes nem cheiro forte de urina. É ... provavelmente o rato fazia suas necessidades fora de casa”. Como se tratava de um ambiente fechado, se tivesse excrementos a proliferação de bactérias seria imensa, sendo assim, o rato adoeceria e, por conseguinte, morreria.
Quando abrimos o tronco, outra surpresa. “Pronto, agora foi que danou-se, olha quem tá aí dentro”.

(Figura 7 - Caramujos)   

Meu pai e eu penamos o seguinte, veja bem, opinião particular, sem fundamentação científica, ou mesmo, através de observações. Estes caramujos saíam de regiões alagadas e se refugiavam nos ocos das árvores. (Pode-se pensar num período de hibernação). Depois de algum tempo chegavam as abelhas e fixavam moradia, faziam as tapagens e eles não saíam mais. Porém, pensando melhor a respeito em casa, uma definição mais plausível seria: algum pássaro, o teria capturado e levado para saboreá-lo à sombra de qualquer árvore. Após a refeição teria sobrado apenas as conchinhas. As abelhas chegaram e, já se sabe da história... Fica no ar a dúvida, minha Nossa Senhora, como é que esses três camaradas foram parar aí???
Outro dia, depois de passados 20 minutos procurando a rainha, sem sucesso, achamos que ela poderia estar escondida na conchinha e, assim aconteceu. Ela estava aí mesmo.  


(Figura 8 – A rainha encontrava-se dentro do caramujo)

Um grande abraço.

São Paulo do Potengi-RN,17 de maio de 2011.

João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes

sábado, 14 de maio de 2011

Voltaremos em breve


Olá caríssimos abenautas, me mantive, nestes dias, um pouco afastado das atividades do blog, pois a faculdade tem tirado boa parte do meu tempo. Essa semana, por exemplo, estava bastante atarefado por ocasião dos trabalhos de rotina e, também, envolvido na I Semana de História de João Câmara-RN que, teve como tema: O Estudo e a Pesquisa em História: “Perspectivas e novos Olhares”.
Uma amiga lá da sala que, compunha a comissão de organização pediu para que eu elaborasse um cordel, onde retratasse tudo o que aconteceria no evento. Para piorar a situação a professora me repassou que o cordel substituiria o texto que seria proferido na solenidade de abertura.

(Figura 1 - Apresentação do Cordel)

No início deste ano, estávamos apresentando um seminário da disciplina de História do Brasil IV, do professor João e, uma das notas seria atribuída a uma exposição artística e, dessa maneira, me meti a fazer um cordel. O texto em que foi analisado para a feitura do mesmo foi: Capitalismo Tardio e Sociabilidade Moderna de João Manuel C. de Melo e Fernando A. Novais. O texto, de uma forma genérica, tratava das transformações ocorridas na sociedade brasileira no período de 1930 a 1980, no que concerne aos aspectos sócio-culturais, político, econômico, enfim. A partir daí fiquei conhecido como João Paulo do Mel – o cordelista.
Não me considero um cordelista, até por que eu não sigo uma padronização exigida quando da construção das frases (versos). Porém, já me falaram que eu poderia ser um neo-cordelista.
Abaixo, segue algumas estrofes do 1º cordel, intitulado:

A Sociedade Moderna.

Nobres colegas solicitamos
Um minuto de atenção,
Registramos em cordel
O seminário do João,
Que leva o tempo em coçar
A barba e o barrigão.

Desculpe professor
Pelo momento de descontração
Sabemos que o senhor
Num desconta ponto não,
Vamos logo começar
Pedindo concentração.

Com todas essas mudanças,
Houve muita migração.
As pessoas abandonaram o campo
Mas, com muita lamentação.
Homem, mulher e menino
À procura de melhor condição.

No período da Ditadura
Viu-se com veemência
Autoritarismo e tortura,
Repressão e violência,
E fez com que a elite
Impusesse sua essência.

Quis aqui retratar
Um processo de transformação
Que, ocorrera na sociedade brasileira
No advento da modernização,
Num fato repentino
Que tomou conta da nação. 
    

O segundo cordel tem como título:


A I Semana de História de João Câmara.

Eu andava displicente
Nos bancos da faculdade,
 Aparece-me Narinha
Esbanjando felicidade,
Faça-me agora um cordel.
Sobre o quê por caridade.

Sobre o Encontro de História
Ela foi logo dizendo,
Se não me falha a memória
Eu fui logo respondendo,
Mais é difícil de mais,
  Que nada, já tô vendo você fazendo.

No primeiro mini-curso
A temática é de arrepiar,
Apresenta um discurso
Que anseia abordar,
Religiosidade e magia,
Mau-assombro e feitiçaria.
E vai dizer como é que é
Aquilo que o povo acha
E, dessa maneira, se encaixa
Nos territórios da fé.

Um abraço apertado
A todos vocês,
Se não foi o esperado 
Fica para a próxima vez.
Livrei-me desse imprensado
Deu-me um suor danado,
Até vontade de correr.
Mais valeu apena
Vivia toda essa cena
Mesmo sem merecer.

(Figura 2 - Olha a moral com as gatinhas do 8º período)

(Figura 3 - Turma do 8º período do Curso de História - UERN - João Câmara/RN)

Em breve virá um cordel com o título: O Sítio do meu Avô.


Um grande abraço.


São Paulo do Potengi-RN,14 de maio de 2011.


João Paulo Evangelista de Medeiros

Meliponário Campos Verdes

O Meliponário e seus novos moradores

Está pronto o meliponário “tipo saleiro”, não só concluído, mas com seus moradores bem acomodados, trabalhando a todo vapor e em perfeita harmonia. Este meliponário foi especialmente projetado para abrigar apenas as abelhas Rajadas (Mellipona Asilvai) que, aqui em nossa região, também recebem o nome de Rajadinha. Pois estas dividiam espaço com as Jandaíras. Por algumas vezes vimos uma Jandaíra de sentinela na colônia das Rajadas. Apesar do fato, não percebemos maiores problemas para ambas, apenas despertou em nós a curiosidade em sabermos o por quê de tal acontecimento. Decidimos construir um meliponário, apenas para que cada uma tivesse seu espaço.

(Figura 1 - Meliponário pronto)

(Figura 2 - Novos moradores)

O meliponário, como se pode observar nas imagens é dividido em duas (2) partes. A de cima, para receber as caixas verticais (INPA) e a de baixo destinada as caixas horizontais - modelo nordestina.

 (Figura 3 - Destinada a acomodação das caixas verticais - INPA)

(Figura 4 - Vista lateral do meliponário)

(Figura 5 - Reservada a colocação das caixas horizontais - nordestina)


Todas as questões pertinentes a criação das abelhas Rajadas: manejo, curiosidades, mitos... Serão abordadas numa postagem a parte. (Especial Rajada).



(Figura 6 - Entrada da abelha rajada em um tronco de Catingueira)


Um grande abraço.


São Paulo do Potengi-RN,14 de maio de 2011

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João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes