sexta-feira, 13 de abril de 2012

Câmaras de aprisionamento em abelha Mosquito-verdadeiro (Plebeia sp)

Outro dia me dirigi à cidade de Tangará/RN para uma visita ao amigo Alexandre Lemos, apicultor e futuro meliponicultor (rs rs rs). A título de informação, o meu primeiro curso de apicultura como ouvinte foi proferido pelo grande Xandão ou Abelhão como é carinhosamente chamado pelo pessoal do SENAR-AR/RN. Hoje sinto-me honrado em ocupar uma cadeira ao lado do amigo como educador do SENAR e imensamente agradecido, pois a minha primeira palestra sobre Meliponíneos foi justamente em uma brechinha que me concedera durante a realização de seu curso.

Reunimo-nos em sua residência para a elaboração das cartilhas solicitadas pelo SENAR, são estas: Produção e Processamento de Mel e, também, Produção Processamento da Cera Apícola (ambas já concluídas). Após o término da primeira etapa, ele me convidou para inspecionarmos duas colônias de abelhas nativas que as mantinha penduradas sob o beiral da casa, uma delas é uma Rajada (M. Asilvai) e a outra trata-se de um Mosquito-verdadeiro como é conhecida em nossa região.

Para a nossa surpresa, ao abrirmos a caixa do Mosquito encontramos duas células ou câmaras de aprisionamento, situação pela qual nunca havia presenciado.

(Figura 1 – Área de cria)

(Figura 2 – Câmaras de aprisionamento)

(Figura 3 – Células com presença de operárias e rainha)

(Figura 4 – As duas células continham rainha)

Para o nosso melhor entendimento acerca deste processo será exposto um fragmento do texto DETERMINAÇÃO DE CASTA E SEXO.

Disponível em: http://www.ufv.br/Dbg/bee/determcastaesexo.htm, acesso em: 01 de março de 2012.

Em Meliponinae, de um modo geral, rainhas virgens podem ser encontradas nas colmeias durante todo o ano. Existem épocas, entretanto, em que são produzidas em maior número. Diversas espécies de Trigonini aprisionam rainhas virgens em uma construção de cera conhecida como célula de aprisionamento de rainha, (Moure, Nogueira-Neto & Kerr, 1958; apud Nogueira-Neto, 1970), nessa célula as rainhas são mantidas por períodos variados de tempo. Em algumas espécies de Trigona, as rainhas armazenam durante seu desenvolvimento grande quantidade de reservas orgânicas e permanecem na realeira algum tempo após o término de seu desenvolvimento. Em Melipona as rainhas virgens podem ser mantidas na colônia por algum tempo, algumas vezes dentro de potes de alimentos vazios. Tanto em Trigonini como em Meliponini alguma dessas rainhas virgens pode substituir a rainha da colmeia, em caso de morte desta, ou enxamear junto com parte das operárias para fundar novo ninho, as demais são mortas ou expulsas da colmeia pelas operárias.

Imagens da abelha Rajada do amigo.

(Figura 5 – Abelha Rajada)

(Figura 6 – Vista da parte do ninho e dos potes de alimento)


Um grande abraço,


São Paulo do Potengi/RN, em 01 de março de 2012.



João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes
  

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