terça-feira, 17 de maio de 2011

Visitantes inusitados






Vez por outra, é comum encontrarmos alguns visitantes nas dependências do meliponário, nas caixas e nos troncos principalmente. Mas confesso que este nós não esperávamos. Só para citar alguns exemplos, no meliponário já encontramos: ninho de rouxinol; casa de maribondo-caboclo; domicílio de Maria fumaça; aranhas; lagartixas (estas todo o cuidado é pouco). Nas caixas, um ou outro ninho de abelha e/ou vespa solitária. Nos troncos, aí sim, devemos manter todo um cuidado, pois estes, na verdade, constituem um complexo ecossistema, por essa razão, atenção redobrada. Já encontramos baratas (Maria preta); um escorpião; colônias de formigas sassará (um terror – um dos importantes inimigos das abelhas nativas); cupins etc. Os troncos, com o passar do tempo vão se desgastando, formando cavidades onde se estabelecem uma infinidade de “bichos”. É aí onde entra o meliponicultor. As visitas periódicas ao meliponário são muito importantes, estas lhe permitem uma visão detalhada de sua atividade. Fazendo-se necessária a intervenção, evita-se o atraso no desenvolvimento de alguma família, ou mesmo, seu fim.
Estávamos, meu pai e eu, transferindo uma colônia de Rajadas de um tronco para caixa,

(Figura 1 - Preparando a caixa para a transferência)

Quando de repente, vejam o que apareceu.

(Figura 2 - Rato-cachorro)

 Como danado ele foi parar aí dentro?


(Figura 3 - Esta pedra "obstruía" a passagem)

Existia uma pedra e estava vedada com barro. Praticamente “impossível” deste Rato-cachorro conseguir entrar.

(Figura 4 - Folhas de Catingueira)

Observem as folhas de catingueira com as quais ele utilizou na construção de sua cama.

(Figura 5 - Sua morada)

Vivia aí sem prejudicar as abelhas, pois se alojou antes da tapagem.

(Figura 6 - Tapagem da abelha)

Por alguns instantes fiquei me perguntando. “a de cima não, mas a tapagem de baixo é porosa. Acredita-se que, caso entre água na colônia, esta teria como escorrer e passar pelos poros da tapagem inferior”. Como o cheiro das fezes e urina desse rato não afetava a abelha? “Mas "pera" aí, não há fezes nem cheiro forte de urina. É ... provavelmente o rato fazia suas necessidades fora de casa”. Como se tratava de um ambiente fechado, se tivesse excrementos a proliferação de bactérias seria imensa, sendo assim, o rato adoeceria e, por conseguinte, morreria.
Quando abrimos o tronco, outra surpresa. “Pronto, agora foi que danou-se, olha quem tá aí dentro”.

(Figura 7 - Caramujos)   

Meu pai e eu penamos o seguinte, veja bem, opinião particular, sem fundamentação científica, ou mesmo, através de observações. Estes caramujos saíam de regiões alagadas e se refugiavam nos ocos das árvores. (Pode-se pensar num período de hibernação). Depois de algum tempo chegavam as abelhas e fixavam moradia, faziam as tapagens e eles não saíam mais. Porém, pensando melhor a respeito em casa, uma definição mais plausível seria: algum pássaro, o teria capturado e levado para saboreá-lo à sombra de qualquer árvore. Após a refeição teria sobrado apenas as conchinhas. As abelhas chegaram e, já se sabe da história... Fica no ar a dúvida, minha Nossa Senhora, como é que esses três camaradas foram parar aí???
Outro dia, depois de passados 20 minutos procurando a rainha, sem sucesso, achamos que ela poderia estar escondida na conchinha e, assim aconteceu. Ela estava aí mesmo.  


(Figura 8 – A rainha encontrava-se dentro do caramujo)

Um grande abraço.

São Paulo do Potengi-RN,17 de maio de 2011.

João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes

2 comentários:

  1. Amigo João,

    realmente,na lida diária com as abelhas nativas,sempre temos surpresas,umas boas e outras nem tanto,mas elas fazem parte do dia-a-dia,de todo meliponicultor.

    Gostei muito da sua postagem,pois traz tudo bem esxplicado e com fotos...

    Abraço.
    Paulo Romero.
    Meliponário Braz.

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  2. Saudações amigo Paulo Romero, muito grato com a vossa presença. Um abraço.

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