Esta prática é bastante comum na “minha” região, e isso tem contribuído, ao longo do tempo, para o desaparecimento prematuro de algumas espécies, dentre elas: a Tubiba, a Cupira, a Moça-branca, a Pimenta, o Zamboque, o Mosquito-remela, enfim. Aqui nas imediações do Sítio não as encontramos mais. Pode ser que exista alguma em outras localidades, mas com certeza, em um número bastante reduzido.
Outro dia, o meu tio Eduardo encontrou uma abelha Jandaíra em um pé de Imbuzeiro, numa área de mata, cercada e conservada por ele (a única do lugar). Meu primo Zé Ivan do Meliponário Santa Rita e eu achamos melhor não retirá-la.
(Figura 1 - Construção do Meliponário Santa Rita)
Não nos preocupamos, visto que, tio Eduardo é uma pessoa bastante respeitada e, por essa razão, acreditamos que ninguém entraria lá para capturá-la. Deixaríamos em seu habitat, pois serviria para furtarmos família uma vez por ano e, quem sabe, mostrarmos a alguém que se interessasse em conhecer a Jandaíra em seu ambiente natural. Dentre outras razões.
Não demorou muito, veio um filho de Deus e, com o auxílio de um machado, deu para perceber pelos cortes, retirou a abelha, ou melhor, matou a abelha em troca de alguns poucos potes de mel e saburá (pólen). Poucos por que não estava no período das abelhas fazerem mel.
Sabemos da importância das abelhas nativas, principalmente para a reprodução das plantas, por meio da polinização e, diga-se de passagem, realiza essa tarefa com maestria, pois é responsável por cerca de 60 a 90% da polinização das plantas. Sabemos também que, é aconselhável retirá-las da natureza caso esta se encontre em situação de risco, como uma área que está prestes a ser desmatada, por exemplo.
O que se deve fazer? Infelizmente a retirada destas abelhas das matas é uma prática cultural que vem se arrastando desde nossos antepassados. Meu avô, meu bisavô, tataravô e aí por diante.
Às vezes, me deparo com a seguinte dúvida, - eu retiro a abelha? E se de repente alguém chegar e destruir a abelha, como aconteceu com a abelha do tio? Será que ela estaria melhor amparada no meliponário?
Ainda bem que, eu tive a oportunidade de retirar essas abelhas apenas duas vezes. Vejam só o que nós aqui do MCV recomendamos.
Se a abelha estiver em uma Imburana, ou em outra árvore que seja possível a sua germinação por meio da estaquia (pega através do galho), após a retirada desta, que você replante, pelo menos, 05 galhos. E em seguida, quando chegar ao meliponário...
(Figura 2 - Replantio de galho de Imburana com abelha Jandaíra)
(Figura 3 - O galho já está brotando)
(Figura 4 - Dentro de alguns anos será uma bela árvore)
Faça o replantio do tronco, se possível.
(Figura 5 - Produção de mudas para reflorestamento)
(Figura 6 - Muda de Caibeira já com 3 anos de plantada )
(Figura 7 - Mudas de Mulungu e Jucá também foram plantadas)
Um grande abraço.
São Paulo do Potengi-RN, 21 de maio de 2011.
João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário CamposVerdes
Amigo João,
ResponderExcluirparabéns,pelo ótimo exemplo de conservação de nossa caatinga,como vc disse:temos que fazer a nossa parte,e isso por menor quie seja,tem seu efeito,inclusive servindo de incentivo,para os vizinhos,parentes e conhecidos...
Abraço.
Paulo Romero.
Meliponàrio Braz.
Obrigado amigo, estamos juntos nesta caminhada. Um abraço.
ResponderExcluirEstou com uma área para ser reflorestada aqui no Ceará. Já comecei a missão. Gratidão por compartilhar o exemplo.
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