Um
dos adjetivos mais comuns atribuídos à Meliponicultura, diz-se do termo
sustentável. Mas, será que a Meliponicultura é realmente sustentável? (Pensemos???)
– Eu diria que depende de uma sucessão de fatores que, vão desde a forma como a
praticamos até os processos burocráticos que, muitas vezes, constituem um
verdadeiro entrave para o desenvolvimento da atividade.
Só
para nos situarmos um pouco sobre tal conceito, irei descrever um pequeno
trecho do meu Trabalho de Conclusão de Curso que aborda, justamente, a
problemática da sustentabilidade:
“A
Comissão Mundial do Desenvolvimento e Meio Ambiente, sendo esta formada em 1984
pela Organização das Nações Unidas – ONU propôs, em fins da década de 1980, a
compreensão acerca do desenvolvimento sustentável no que se refere aos aspectos
conceituais. A referida Comissão aprofundou seus estudos na problemática cada
vez mais evidente das questões ambientais e, também, direcionou seu olhar para
as necessidades das nações em desenvolvimento. Em seu relatório conclusivo
intitulado “Nosso Futuro Comum” a Comissão caracterizou o Desenvolvimento
Sustentável como sendo uma forma de “Atender as necessidades da geração
presente sem comprometer a habilidade das gerações futuras de atender às suas
próprias necessidades” (BRAGA, 2000)”.
Nessa
perspectiva, cabe uma série de indagações:
1
- O meliponicultor que adquire enxames de meleiros (pessoa que retira as
abelhas de seu habitat natural)?
2
- O meliponicultor que comercializa estes enxames para outros Estados, muitas
vezes, para fora da sua região natural de ocorrência?
(Figura
1 – Meliponário recém estabelecido com ninhos naturais de Jandaíras, oriundos
de desmatamento)
3
- Desta forma, um dia proporcionaremos as gerações vindouras, a oportunidade de
conhecer a nossa Jandaíra no seu ambiente?
(Figura
2 – Meliponário rústico, em sua maioria com troncos habitados por Jandaíras)
4
- Nós meliponicultores sabemos que a utilização das abelhas silvestres nativas
é regulamentada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, através da
resolução nº 346, de 17 de agosto de 2004”... Somos legalizados? Adquirimos
enxames apenas de criadores legalizados? Os órgãos competentes facilitam o
processo de regulamentação?
Enfim,
estas são algumas das práticas empoderadas por nós, as quais possamos refletir
se a Meliponicultura que praticamos é realmente sustentável.
Temos
a certeza que o trabalho incansável realizado pelas nossas abelhas nativas,
quando da realização da polinização, aí sim podemos classificar de sustentável.
Um
grande abraço,
São
Paulo do Potengi/RN, em 10 de abril de 2013.
João
Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário
Campos Verdes
Muito bem repensado!
ResponderExcluirÓtimo artigo... Um abraço
concordo com você, devemos refletir se a meliponicultura que praticamos é, realmente, sustentável, se estamos de alguma forma contribuindo para manter essas especies no seu ambiente natural.
ResponderExcluirMeliponicultura, nome dado à criação de abelhas indígenas sem ferrão, se enquadra perfeitamente dentro dos
ResponderExcluirconceitos de diversificação e uso sustentado da terra da Amazônia. É uma atividade que pode ser integrada a
plantios florestais, de fruteiras e de culturas de ciclo curto, podendo contribuir, através da polinização, com o
aumento da produção agrícola e regeneração da vegetação natural.( sem as abelhas não sobrevivemos )franca.acre@hotmail.com