quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Avaliação da qualidade do mel de Jandaíra (Melipona subnitida) do Estado Rio Grande do Norte


Precisamente no dia 12 de agosto, tivemos a felicidade de recebermos no nosso meliponário uma pessoa super agradável, extremamente sensível para com as questões ambientais, a estudante de Nutrição Amanda Paiva, para a realização de uma atividade inerente a um trabalho sobre a avalição da qualidade do mel da Jandaíra. (Trabalho monográfico como requisito para a obtenção do título de Nutricionista da Universidaded Potiguar - UNP). 
Em primeiro lugar, vou me desculpando de vosmecê Amanda, pela demora na publicação deste material, diga-se de passagem, riquíssimo para o meio melipônico, em especial da nossa Jandaíra, onde alguns estudos ainda permanecem isolados, sem o icentivo devido das instiuições, pois estas, em sua maioria, assistenciam atividades geradoras de lucro, se a meliponicultura não dá lucros, passa despercebida.
Agora, evidencia-se suas palavras: 
No mês de abril tive a maravilhosa oportunidade de participar do curso de formação de educadores para o programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) do SENAR- RN (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado do Rio Grande do Norte) e, na semana do curso, conheci a Meliponicultura por meio do amigo João Paulo do Meliponário Campos Verdes, um apaixonado por abelhas sem ferrão. Ele me falava com tamanha empolgação de suas abelhas que acabou me contagiando.

A cada dia venho estudando mais sobre o assunto e me apaixonando por esses seres incrivelmente organizados.

E dessa curiosidade pelo mundo das abelhas indígenas, iniciei o trabalho de pesquisa para análise de mel de Jandaíra. Esse é o meu trabalho que será apresentado para conclusão do curso de graduação em Nutrição, que tem como objetivo geral avaliar a qualidade do mel de Jandaíra (Melipona subnitida) do Estado Rio Grande do Norte. As análises que estão sendo realizadas são: teor de umidade; reação de Lund (verifica a presença de albuminoides); reação de Fiehe (avalia a presença de açúcares invertidos por hidrólise ou superaquecimento do mel); análise de coliformes totais e, se confirmativo, coliformes termotolerantes; e a última análise verifica a presença da bactéria Estafilococos coagulase positiva.

A escolha do mel de Jandaíra se deu por ser a espécie mais criada no Estado e também por seu valor comercial. O mel da “Rainha do Sertão” tem um sabor diferente da Apis, não é tão forte e enjoativo, pois possui um teor maior de umidade, só sabe quem já provou como ele é saboroso. Existe uma procura maior que a oferta, tornando esse mel uma verdadeira iguaria.

As coletas foram realizadas nas quatro regiões do Estado, especificamente nas microrregiões de Macaíba, Agreste Potiguar, Baixa Verde, Angicos, Seridó Oriental e Mossoró.

Foi um trabalho um pouco cansativo, porém gratificante! É um prazer imenso contribuir para divulgação dessa atividade que é essencial para manutenção da flora nativa, já que essas abelhinhas são responsáveis por cerca de 90% da polinização feita em árvores brasileiras, e consequentemente pelo equilíbrio de todo o ecossistema. Acho que depois de tudo isso nem precisaria dizer que também me tornarei uma meliponicultora, sem fins comerciais, apenas pela terapia que é cuidar das abelhas sem ferrão. Garanto, traz uma paz imensa ficar perto dessas pequeninas.
Algumas imagens de sua visita:
(Figura 1 - Amanda e o amigo Tita verificando a presença de mel)
(Figura 2 - Retirada do mel)
 
(Figura 3 - Abelha Rajada)
 
(Figura 4 - Abelha Mosquito)
 
(Figura 5 - Abelha Uruçu)
  


Pra encerrar, deixo para reflexão uns versos sobre as abelhas indígenas:

Tão pequena... Singela, vens fazendo
grandes coisas. De flor em flor,
resistindo ao tempo, insistes em
promover a vida.
A vida de muitos, inclusive dos que
ignoram a tua história. Porém, eis tua
própria obra que demonstra a tua
grandeza.
Que tua reafirmação surpreenda a
consciência, principalmente daqueles
que pelo lucro negam a tua presença. E
que a esperança permaneça latente,
desejando a formação da nova semente. 

Manolo
 

Um grande abraço,

São Paulo do Potengi/RN, em 01 novembro de 2012.


João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes