Precisamente no dia 12 de agosto, tivemos a felicidade de recebermos no nosso meliponário uma pessoa super agradável, extremamente sensível para com as questões ambientais, a estudante de Nutrição Amanda Paiva, para a realização de uma atividade inerente a um trabalho sobre a avalição da qualidade do mel da Jandaíra. (Trabalho monográfico como requisito para a obtenção do título de Nutricionista da Universidaded Potiguar - UNP).
Em primeiro lugar, vou me desculpando de vosmecê Amanda, pela demora na publicação deste material, diga-se de passagem, riquíssimo para o meio melipônico, em especial da nossa Jandaíra, onde alguns estudos ainda permanecem isolados, sem o icentivo devido das instiuições, pois estas, em sua maioria, assistenciam atividades geradoras de lucro, se a meliponicultura não dá lucros, passa despercebida.
Agora, evidencia-se suas palavras:
No
mês de abril tive a maravilhosa oportunidade de participar do curso de formação
de educadores para o programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) do SENAR- RN (Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado do Rio Grande
do Norte) e, na semana do curso, conheci a Meliponicultura por meio do amigo
João Paulo do Meliponário Campos Verdes, um apaixonado por abelhas sem ferrão. Ele
me falava com tamanha empolgação de suas abelhas que acabou me contagiando.
A
cada dia venho estudando mais sobre o assunto e me apaixonando por esses seres
incrivelmente organizados.
E
dessa curiosidade pelo mundo das abelhas indígenas, iniciei o trabalho de
pesquisa para análise de mel de Jandaíra.
Esse é o meu trabalho que será apresentado para conclusão do curso de graduação
em Nutrição, que tem como objetivo geral avaliar a qualidade do mel de Jandaíra
(Melipona subnitida) do Estado Rio
Grande do Norte. As análises que estão sendo realizadas são: teor de umidade;
reação de Lund (verifica a presença de albuminoides); reação de Fiehe (avalia a
presença de açúcares invertidos por hidrólise ou superaquecimento do mel);
análise de coliformes totais e, se confirmativo, coliformes termotolerantes; e
a última análise verifica a presença da bactéria Estafilococos coagulase
positiva.
A
escolha do mel de Jandaíra se deu por ser a espécie mais criada no Estado e
também por seu valor comercial. O mel da “Rainha do Sertão” tem um sabor
diferente da Apis, não é tão forte e
enjoativo, pois possui um teor maior de umidade, só sabe quem já provou como
ele é saboroso. Existe uma procura maior que a oferta, tornando esse mel uma
verdadeira iguaria.
As
coletas foram realizadas nas quatro regiões do Estado, especificamente nas
microrregiões de Macaíba, Agreste Potiguar, Baixa Verde, Angicos, Seridó
Oriental e Mossoró.
Foi
um trabalho um pouco cansativo, porém gratificante! É um prazer imenso
contribuir para divulgação dessa atividade que é essencial para manutenção da
flora nativa, já que essas abelhinhas são responsáveis por cerca de 90% da
polinização feita em árvores brasileiras, e consequentemente pelo equilíbrio de
todo o ecossistema. Acho que depois de tudo isso nem
precisaria dizer que também me tornarei uma meliponicultora, sem fins
comerciais, apenas pela terapia que é cuidar das abelhas sem ferrão. Garanto,
traz uma paz imensa ficar perto dessas pequeninas.
Algumas imagens de sua visita:
(Figura 1 - Amanda e o amigo Tita verificando a presença de mel)
(Figura 2 - Retirada do mel)
(Figura 3 - Abelha Rajada)
(Figura 4 - Abelha Mosquito)
(Figura 5 - Abelha Uruçu)
Pra
encerrar, deixo para reflexão uns versos sobre as abelhas indígenas:
Tão pequena...
Singela, vens fazendo
grandes coisas.
De flor em flor,
resistindo ao
tempo, insistes em
promover a vida.
A vida de
muitos, inclusive dos que
ignoram a tua
história. Porém, eis tua
própria obra que
demonstra a tua
grandeza.
Que tua
reafirmação surpreenda a
consciência,
principalmente daqueles
que pelo lucro
negam a tua presença. E
que a esperança
permaneça latente,
desejando a
formação da nova semente.
Manolo
Um
grande abraço,
São
Paulo do Potengi/RN, em 01 novembro de 2012.
João
Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário
Campos Verdes