sexta-feira, 28 de março de 2014

A Meliponicultura cabocla

(Figura 1 – Meliponário rústico na comunidade de Carnaúba em Riachuelo)

(Figura 2 – Cortiços pendurados sob o beiral da cocheira na comunidade de Boa Vista em São P. do Potengi)

Aqui em nossa região a Meliponicultura cabocla é amplamente praticada. Muitos meliponicultores que possuem entre 1 a 30 cortiços pendurados sob à sombra de uma árvore, ou mesmo sob o abrigo de uma estrutura sem muita preocupação com a comodidade das abelhas, infelizmente ainda praticam a Meliponicultura cabocla. Isto é uma prática bastante comum na zona rural de nosso Estado e vem mantendo as tradições nestes espaços há gerações. Infelizmente muitos meliponicultores não são receptivos à adoção de práticas mais modernas, insistindo no hábito do extrativismo do mel e da remoção dos ninhos naturais de abelhas sem ferrão da natureza, o que, sobremaneira, resulta na destruição e consequente morte destas abelhas.

(Figura 3 – Meliponário rústico na comunidade de Santa Maria em Barcelona)

(Figura 4 – Meliponário rústico na comunidade de Santa Rita em São P. do Potengi)

Mas, não podemos enxergar apenas por esse lado, que a Meliponicultura cabocla é insustentável do ponto de vista ambiental e econômico também. São anos e anos de prática, mesmo que rudimentares, de pessoas que, à sua maneira, amam estes insetos; pessoas que não tiveram a mesma oportunidade de acesso ao conhecimento. São anos e anos que esse conhecimento popular das nossas abelhas sem ferrão são perpassados ao longo das gerações em escala familiar; conhecimentos que não devemos desconsiderar, muito menos desprezar, pois fazem parte da cultura do homem do campo potiguar de uma forma indissociável de sua identidade.

(Figura 5 – Acomodação de Jandaíras à sombra de uma mangueira no bairro Santa Clara em São P. do Potengi)

(Figura 6 – Meliponário rústico na comunidade de São Luís em Santa Maria)
   

Um grande abraço,


São Paulo do Potengi/RN, em 28 de março de 2014.


João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes

  

segunda-feira, 24 de março de 2014

Entrada natural da abelha Canudo (Scaptotrigona sp)

(Figura 1 – Sua entrada natural no pé da árvore)

Esta semana estive em Natal para uma capacitação referente ao Programa Projovem Campo – SABERES DA TERRA, onde irei ministrar conteúdos relacionados à área das Ciências Agrárias, para alunos da zona rural da cidade de São Tomé.

Por ocasião do intervalo para o almoço, fui surpreendido por um amigo que me chamara para mostrar dois ninhos de abelhas sem ferrão, e que eu pudesse dizer-lhe de qual espécie se tratava. Chegando ao local constatei não duas, mas três colônias da abelha Canudo.

(Figura 2 – Esta colônia estava enxameando, existia grande número de campeiras esvoaçando nas proximidades da entrada)

Este foi o meu primeiro contato com a abelha Canudo (Scaptotrigona sp), sabe-se que é uma abelha bastante populosa o quão é defensiva. Aqui no Estado se tem relatos que ela habita naturalmente a região litorânea, como também é comumente encontrada em reduto de mata mais densa e algumas regiões serranas.

As abelhas sempre me proporcionam agradáveis sensações, mesmo quando me distancio das imediações do meliponário, quando estou desenvolvendo outras atividades a natureza, de alguma forma, nos aproxima.

(Figura 3 – Esta outra era mais retraída, quando da nossa aproximação elas logo se recolhiam)  


Um grande abraço,

São Paulo do Potengi/RN, em 24 de março de 2014.


João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes
 


sábado, 8 de março de 2014

Neste dia que é dedicado à Mulher...

Nada mais justo e oportuno, neste dia 08 de março, em que se comemora o dia internacional da mulher, do que homenageá-la, exaltando sua beleza, sua inteligência, sua doçura, sua sensibilidade, assim como é o interior de uma colmeia... todas as abelhas são rainhas e dotadas de todas essas características, onde expresso essa relação das mulheres com as abelhas, todas são um império forte, ao mesmo tempo em que é laborado com profunda delicadeza.

(Figura 1 – Sara em frente ao seu meliponário de Jandaíras)

Na ocasião direciono minha atenção a uma garota bastante agradável, de uma simpatia distinta e apesar de sua aparência delgada, possui uma energia de trator. Sua graça é Sara Luna, a conheci durante o curso de Apicultor, realizado aqui em São Paulo do Potengi pelo SENAR/PRONATEC, onde fui instrutor.

(Figura 2 – Sara e sua amiga Raquel atentas às informações)

(Figura 3 – Utilizando a serra circular para a transferência da Jandaíra)

(Figura 4 – Organizando a caixa racional para receber a colônia de Jandaíras)

(Figura 5 – Preparando o tronco para a realização da transferência)

Para minha imensa satisfação, após a realização do curso, Sara, nas mais íntimas entranhas do seu coração, incitou a paixão pelas abelhas sem ferrão, tornou-se Meliponicultora. Hoje, com a ajuda de seu pai, um dos pioneiros apicultores da região, Sara já possui em torno de 50 colônias, dentre as quais, Mosquitos, Jandaíras e Cupiras. Não apenas os números a evidenciam como promissora na Meliponicultura, mas a dedicação, a delicadeza com que trabalha com as abelhas e a vontade de conhecer a cada dia, fazem de Sara uma grande Meliponicultora.

(Figura 6 – Organizando os elementos da colônia na caixa racional)

(Figura 7 – Ainda temerosa às beliscadas das Jandaíras)

(Figura 8 – Vista da parte superior de seu meliponário)

(Figura 9 – Realização de transferência)

Um feliz dia da mulher, não apenas nesta data, mas em todas as outras.

(Figura – 10 Aqui vai minha flor para todas as abelhinhas)


Um grande abraço,

São Paulo do Potengi/RN, em 08 de março de 2014.


João Paulo Evangelista de Medeiros

Meliponário Campos Verdes

sexta-feira, 7 de março de 2014

III Congresso Nordestino de Apicultura e Meliponicultura e III Feira da Cadeia Apícola

(Figura 1 – Banner do evento na sala de abertura)

Nos dias 20, 21 e 22 de novembro passado, tivemos a imensa alegria de participarmos do III Congresso Nordestino de Apicultura e Meliponicultura e III Feira da Cadeia Apícola. Saímos todos em caravana (Apicultores e Meliponicultores, na condição de representantes de associações, cooperativas, SEBRAE/RN, EMATER/RN, dentre outras Instituições) até a cidade paraibana de Campina Grande, um dos maiores centros tecnológicos e comerciais do Nordeste brasileiro.

(Figura 2 – Caravana de Apicultores do Rio Grande do Norte, já em seu regresso)

O evento, que representou a soma de esforços da FEPAM, da UNAMEL, do SEBRAE, do Governo da Paraíba e demais instituições parceiras para a sua realização, contou com a participação dos mais diversos públicos, desde iniciantes, acadêmicos, até os mais renomados especialistas na área, debatendo e problematizando novidades pertinentes, possibilitando uma gama de conhecimentos que envolvem o setor. Todo esse conhecimento disseminado através de clínicas tecnológicas, oficinas, painéis temáticos e palestras.

(Figura 3 – Durante a clínica tecnologia sobre a abelha Jandaíra)

Foram, sem dúvida, momentos que oportunizaram troca de experiências, intensas discussões e, acima de tudo, a interação entre os participantes, frente a uma atividade que se transforma continuamente.

 (Figura 4 – Ladeado do amigo Paulo Romero)

Diga-se de passagem, incentivador e guardião das nossas abelhas nativas naquele Estado, onde tive a satisfação de conhecê-lo pessoalmente e prosear por alguns instantes em meio à correria do evento. O amigo Paulo Romero já se mostra grande sabedor do assunto e digo ainda, que após a conclusão de seus estudos, que associará o conhecimento acadêmico à prática, o encontrarei com brevidade dentre as grandes autoridades no assunto.

(Figura 5 – Ladeado do amigo Paulo Menezes)

Discípulo do saudoso Monsenhor Huberto Bruening pioneiro no estudo e conservação da abelha Jandaíra no Rio Grande do Norte; gestor do projeto que leva o nome do referido Padre, além de proporcionar renda e dignidade à mulher do campo; proprietário de uma paciência extremada para com os iniciantes.

(Figura 6 – Ladeado do amigo Chagas, companheiro trabalho da EMATER/RN)

Grande conhecedor da Apicultura potiguar.

(Figura 7 – Ladeado dos amigos Paulo Romero e Jansen Brito do blog Melíponas da Paraíba)

O Jansen do Meliponário Brito também nos brindou com seu conhecimento apurado!

(Figura 8 – Ladeado do Gesimar presidente da AME-RIO)

Na ocasião, ministrou a palestra Manejo de Meliponíneos, expressando suas técnicas de manejo.

São nesses espaços, de forma conjunta e democrática, que os laços se estreitam e de onde emergem novas soluções para que nossa Apicultura e Meliponicultura continue viva e gerando frutos.

Outros registros:

(Figura 9 – Visita ao entreposto de mel Néctar Plus em Campina Grande)

(Figura 10 – Caixas ornamentais para ASF)

(Figura 11 – Visita aos estandes)

(Figura 12 – Atrações da feira, máquina para desoperculação)

(Figura 13 – Diversos produtos das abelhas à venda)


Um grande abraço,

São Paulo do Potengi/RN, em 08 de março de 2014.


João Paulo Evangelista de Medeiros

Meliponário Campos Verdes