Caríssimo Raul,
Esta semana recebemos um e-mail do
Raul de Minas Gerais. Sucedeu-se da seguinte maneira:
Em sex, 15/6/12, Raul <rauldasiveira01@yahoo.com.br> escreveu:
De: Raul rauldasiveira01@yahoo.com.br
Assunto: Caixa INPA?
Para: "jpabelhas@yahoo.com.br" jpabelhas@yahoo.com.br
Data: Sexta-feira, 15 de Junho de 2012, 5:24
Vou tentar te responder diante da
experiência adquirida na lida com as ASF no dia a dia, levando em consideração
os aspectos relacionados à minha região (RN - Sertão), que, possivelmente é
diferente da sua, apesar de que MG apresenta um pouco dessa conformação
geográfica (Caatinga).
1 - Olá
meu nome é Raul sou de MG e gostaria de ti pedir uma força, pois
gostaria de fazer a caixa INPA a qual tÊm muitas nas fotos no seu blog, peguei
um material na internet mais creio que seja fraco pois não consigo ver a caixa
do exemplo com exatidão, por este motivo gostaria que se
for possível você me mandasse as medidas e fotos das suas. Pelo
que vi as divisões são estas: 1.lixeira 2. Ninho 3.
Sobreninho 4. Melgueira 5.Tampa.
A caixa INPA que trabalhamos
aqui, suas medidas foram adaptadas obedecendo nossa realidade (disponibilidade
de madeira, a facilidade de confecção, mais ajustada ao manejo que executamos,
enfim). Suas dimensões variam conforme a espécie, ou seja, se é para a
acomodação das Uruçus tem uma medida, se é para Jandaíra tem outra, Rajada e
etc. Mas todas são construídas da mesma forma, variando apenas as medidas
conforme explicitado. Você tem que observar quais se adéquam melhor a espécie.
As medidas para Jandaíra são: 16
X 16 X 07 (são válidas tanto para o ninho como para o sobreninho e melgueiras).
Usamos um fundo pregado no ninho, não utilizamos lixeira; um sobreninho,
contendo na região inferior (passagem do ninho para o sobreninho) uma auréola,
podendo o conjunto de crias atingirem as tariscas da 1ª melgueira; 1ª e 2ª
melgueira, contendo tariscas na parte inferior como suporte para que as abelhas
depositem pólen e mel e uma tampa. A caixa inteira é formada por 5 partes,
algumas imagens no blog encontrarás duas ou três partes em uma colônia ou
outra, é que, inicialmente fazemos as divisões e utilizamos apenas 2 partes, a
medida que o enxame vai se desenvolvendo vamos adicionando as outras.
Com relação as imagens você pode verificar
em postagens anteriores no blog. (Ex. Dividindo as famílias) têm umas imagens
bem compreensíveis.
2 - Observei
alguns vídeos do pessoal fazendo aquela isca pet! Se eu fizer uma isca de própolis e
cera e álcool pra banhar a garrafa e fazer todo aquele procedimento
de colocar a cera na tampa furada e talvez seja possível conseguir atrair
estas abelhas? Ou só na mata mesmo?
O que eu vejo comumente na internet, essa técnica funciona perfeitamente com as abelhas Trigonas (Jataí, Iraí... Mirins de uma forma geral). Eu particularmente nunca usei a isca com garrafas pet, o que estou testando no momento são caixas em que já foram povoadas, ou seja, se transfere uma abelha para uma caixa nova, por exemplo, aí pego a velha (esta vai com o cheiro, restos de batume, cera, resina, túnel de acesso feito, enfim, o que a torna bem mais atrativa) e vou espalhando nas proximidades do meliponário em locais estratégicos. Este ano já pegamos duas Jandaíras.
Pode funcionar também com as
Meliponas, mas acho mais demorado. Uma isca pode permanecer no local durante
anos e acontecer de não se capturar uma colônia, exceto de formigas que adoram
a moradia. É aí onde entra o cuidado para que isso não ocorra, caso contrário
torna mais difícil a captura.
3 - Na minha casa existem muitas árvores frutíferas e logo de manhã vêm abelhas de todos os tipos pegar pólen e néctar, gostaria da opinião de alguém experiente.
Se nas proximidades de seu
meliponário existe a ocorrência de colônias naturais é bem possível que você
tenha êxito em suas capturas. Caso se trate de área urbana, e não exista, colônias
naturais, você pode ir fazendo as divisões das suas abelhas sem se preocupar
com capturas.
Pode funcionar também com as
Meliponas, mas acho mais demorado. Uma isca pode permanecer no local durante
anos e acontecer de não se capturar uma colônia, exceto de formigas que adoram
a moradia. É aí onde entra o cuidado para que isso não ocorra, caso contrário
torna mais difícil a captura.
Espero não ter complicado.
Qualquer dúvida mande as ordens.
Cordialmente,
Estamos abertos a novos
questionamentos, outros pontos de vista.
Um grande abraço,
São Paulo do Potengi/RN, em 21 de
junho de 2012
João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes