segunda-feira, 27 de junho de 2011

Dividindo as famílias

O período das chuvas aqui no sertão nordestino é tempo de fartura, de bonança, é tempo de ventura para o homem do campo.

Os passarinhos vão se aninhando...

(Figura 1 - Ninho de João de barro)


O gado vai engordando...

(Figura 2 - Conduzindo o gado para o cercado)


O roçado vai prosperando...

(Figura 3 - Jerimum de leite)


As galinhas no terreiro...

(Figura 4 - Minha mãe alimentando as galinhas pela manhã)


Muita água no barreiro...

(Figura 5 - Este barreiro mata a sede do gado e das abelhas africanizadas durante a seca)



Desabrocha flor de facheiro...

(Figura 6 - Pé de facheiro)


No riacho a água correndo...

(Figura 7 - Riacho da serra)


As árvores vão florescendo...

(Figura 8 - Florada da amorosa)


E as abelhas vão crescendo.

(Figura 9 - Matriz de Jandaíra)

É justamente quando se verifica o crescimento significativo das colônias que, deve-se proceder com as divisões. Nós aqui do Meliponário realizamos nossas divisões no período de maio a junho ou julho, isso vai depender das chuvas. Este ano, por exemplo, foi constatada a pega do inverno (período chuvoso) em março, muito embora, as chuvas deram boas vindas em janeiro. Um ano muito bom de inverno, como diria o agricultor.

Um ano bom de inverno, grosso modo, seria aquele que nem chove de mais e nem de menos, como? Se chover de mais embebeda a terra (aqui na Caatinga os solos são predominantemente rasos), propensos a encharcar, desta maneira, inviabilizando a agricultura. Se chover de menos não umedece a terra o suficiente para o pleno desenvolvimento das culturas anuais: milho, feijão, jerimum, melancia.

Este ano as chuvas estão bem distribuídas... O agricultor só tem a agradecer. Boa safra de milho e feijão; formação de pastagens para os rebanhos; reservatórios de água cheios; as abelhas fazendo mel...

Voltando ao processo de divisão das famílias, nós procedemos da seguinte forma:

Sempre realizamos nossas divisões quando existe floradas em abundância; outro fator é a verificação das colônias mais fortes, ou seja, aquelas com maiores reservas de alimento, campeiras e crias prestes a emergir; outro fator que julgamos oportuno mencionar é que, efetuamos tal procedimento sempre em dias ensolarados e, preferencialmente, sem ventos; mais um detalhe, fazemos nossas divisões no processo 2X1, melhor dizendo, uma colônia oferta crias e alguns potes de pólen e a segunda doa as abelhas campeiras.     

Passo a passo

Prepare a caixa que vai ser formada;

 (Figura 10 - Cera para a formação posterior do túnel; alimentador, estrutura para receber as crias)

(Figura 11- Armadilha para a captura de Forídeos)

Identifique a colônia que vai doar as crias e potes de pólen;

(Figura 12 - Percebe-se o estágio avançado de nascimento das crias)

Retire as crias / pólen e acomode-os na caixa;

 (Figura 13 - Acomodação das crias)

(Figura 14 - Acomodação do pólen)

Monte a caixa se esta for modulada;

(Figura 15 - Montando a caixa)

Faça a vedação da caixa com fita adesiva;

(Figura 16 - Pai fazendo a vedação da caixa)

Identifique a colônia que vai doar as campeiras;

(Figura 17 - Colônia doadora de campeiras)

Retire-a do seu local de origem e coloque esta colônia em outro lugar, de preferência no sentido oposto do meliponário;

(Figura 18 - Trocando a colônia de lugar)

Feito isso, instale a caixa (filha) no local;

(Figura 19 - Só lembrando, devemos colocar um pedacinho de cera na entrada para ajudá-las na orientação)

Agora espera-se uma semana, caso não haja infestação de Forídeos ou verificado quaisquer problemas.

Tudo ok, retira-se o copinho e oferta-se um pouco de cera e mel de apis para ajudá-la em seu desenvolvimento;

(Figura 20 - Ofertando cera artificial e mel de abelha africanizada)

(Figura 21 - Em apenas uma semana já existe uma rainha )

Devemos acompanhar a colônia recém formada durante um mês ou dois, após este período ela mesma se encarregará do restante.

Um grande abraço,

São Paulo do Potengi-RN, 28 de junho de 2011.

João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes


5 comentários:

  1. Amigo João,que maravilha de postagem e de fotos.

    A caatinga esse ano,parece ainda mais bonita e apaixonante.

    Estive passando as minhas férias no cariri paraibano e aproveitei pra fazer uma visita ao amigo isaac,do blog abelhas do sabugi,em breve farei postagem.

    Abração.
    Paulo Romero.
    Meliponário Braz.

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  2. Saudações amigo,

    Confesso que me preocupei, não o avistei mais por aqui, realizando comentários. (rs rs).

    Grato amigo Paulo Romero.

    Fique à vontade para fazer alguma crítica, dizer onde estou errando, onde preciso melhorar, como fazes na lida diária com as abelhas, enfim.

    Um grande abraço.

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  3. Amigo, sou da cidade de mossoro.
    comecei a pouco tempo minha criação de jandairas e estou com 10 enxames. queria saber qual a distância mínima uma da outra? o que aconteceria se elas ficassem proximas?
    desde já agradeço!!
    saudações,
    Filemon.

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    1. desculpe, não fui claro! qual a distância mínima após a divisão da colonia? a colonia mãe pode ficar perto da filha quantos metros?

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  4. Caro amigo,

    Pode ou deve ficar próxima. A filha, até que se tenha condições de caminhar sozinha, necessita manter contato com a colônia mãe, esta fornece mantimentos a filha, como: resina, cera, o próprio alimento, etc.

    Quando realizo as divisões transfiro a colônia doadora de campeiras para o outro lado do meliponário, ou então no mesmo lado, fastando-a acima de 2 m.

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