É sempre fascinante e profícuo o contato mais direto com a natureza. Este fim de semana fomos ao Sítio com um pouco mais de tempo e, pudemos observar não só as abelhas como a natureza em suas entranhas.
A nossa primeira parada foi na lagoa de Carnaúba. Esta lagoa fica a 3 km do Sítio do meu avô. É inevitável passar por lá e não parar uns minutinhos para observar o seu encanto. Tentamos de todas as formas tirar uma fotografia de alguma ave aquática que, nesse período do ano migram para essa região, mas infelizmente não conseguimos. A intensa procura de caçadores por estas aves contribui para que as mesmas não permitam qualquer aproximação, mesmo que de longe, do ser humano. Ainda “pegamos” esta ave conhecida como Papa-arroz, bastante comum em regiões alagadiças.
(Figura 1 – Lagoa da Carnaúba)
Ao chegarmos à casa do meu avô fomos de imediato recepcionados pelo cão de guarda – o Cabul. Tem essa graça (nome) devido ter nascido na mesma época do ataque terrorista de 11 de setembro às torres gêmeas dos EUA e como nós estamos, muitas vezes, bitolados a indústria cultural de massa, nesse caso a televisão, batizaram o pobre com esta alcunha.
(Figura 2 - Cabul)
Após a algazarra toda do Cabul, o gorjeio de uma Rolinha em seu ninho nos surpreendeu. Meu avô falou que a diversão dele, pela manhã, é justamente acompanhar o trabalho dela na construção do ninho.
(Figura 3 – A Rolinha em seu ninho)
Depois de nos deliciarmos com um saboroso café da manhã, fomos até o meliponário para a realização das inspeções de rotina. Verificamos o andamento de algumas divisões de Jandaíra e Rajada e as nossas matrizes que, já se encontram com bastantes provimentos.
(Figura 4 – Divisão de Rajada)
(Figura 5 – Divisão de Jandaíra)
(Figura 6 – Matriz de Jandaíra com boa reserva de alimento)
Em seguida, depois de algum tempo ocupado com os afazeres no meliponário, meu avô me convidou para irmos até o arisco, em seu roçado que, segundo ele já deu o que tinha de dar. A caminho, a natureza é exuberante...
(Figura 7 – Apis na flor do Cabeça de velho)
Encontramos a abelha Africanizada, absoluta entre as flores.
(Figura 8 – Floradas)
Não passou despercebida a abundância das floradas.
(Figura 9 – Ninho de Canário do chão)
(Figura 10 – Ninho de Rolinha)
A caminho do roçado encontramos esses dois ninhos de passarinho que, segundo a sabedoria popular, quando as aves estão fazendo seus ninhos no chão é por que o inverno caminha para o fim.
Ao chegarmos ao roçado, meu avô se surpreendeu, ele acreditava que encontraríamos nada mais que alguns restolhos culturais. Olhem só o que foi encontrado:
(Figura 11 – Jerimum de leite)
(Figura 12 – Meu avô sopesando a melancia)
Depois de sopesá-la, meu avô avaliou esta melancia em uns 10 quilos mais ou menos. Quando lhe afirmei – “essa é grande em vô”, ele retrucou: - “a maior dos últimos anos”.
(Figura 13 – Carro de mão lotado)
Se tivéssemos dois carros de mão, talvez desse para levar tudo que encontramos.
(Figura 14 – Muda de Imbuzeiro)
Já pela parte da tarde, como forma de retribuição pelo dia em que a natureza nos proporcionou, plantamos próximo ao meliponário esta muda de Imbuzeiro (Imbu comum).
(Figura 15 – Cobra Corre campo)
(Figura 16 – Paciência e branquinha)
Na volta demos uma paradinha para conferir esta cobra Corre campo e, também para fotografar mãe e filha que, se encontravam na mesma posição, parecendo esperar por esse momento.
Já exaustos de um dia bastante movimentado, porém tranquilo, achando que estava tudo concluído aparece-me este enxame de abelha italiana em umas caixas vazias que meu tio deixou no alpendre (que dor de cabeça!). A se fossem Jandaíras!! (rs rs). Tivemos que vestir as roupas e removê-la para o apiário à noite.
(Figura 17 – Enxame de abelha “Oropa”)
Um dia, sem dúvida, para ser registrado.
Um grande abraço,
São Paulo do Potengi-RN, 15 de junho de 2011.
João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes
Que dia mais gratificante,hein? Tudo isso reflete a felicidade do Agricultor, coisas simples que encantam e transformam vidas.
ResponderExcluirOi meu bem,
ResponderExcluirSim, com certeza, e você sabe muito bem disso. É por demais gratificante, ir ao Sítio: cuidar das abelhas, ir ao roçado, conversar um dedo de prosa com meu avô, enfim.
E fique por hora sabendo, é vosmecê que vai retirar o mel este ano. Olha a responsa!
Um abraço bem apertado.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAmigo João Paulo,
ResponderExcluirVi alguns relatos seu sobre a abelha tubiba que havia em uma árvore próxima à casa de seu avô, e que você até mesmo supôs uma possível extinção dessa espécie. O fato curioso é que o amigo Rivan Fernandes do Meliponário do Litoral possui uma abelha que muito me lembra uma tubiba em um toco, ele mesmo não a identificou, lembrando que o toco vem, se não me engano, de Apodi-RN, ou seja, há a possibilidade de serem as mesmas abelhas. Ele poderia até lhe enviar espécimes da espécie de tubibas, e seu avô poderia fazer a identificação.
Afetuosamente,
Raul Rodrigues
Saudações caríssimo Raul,
ResponderExcluirEm primeiro lugar, muito obrigado pela visita e pelo comentário acerca da abelha Tubiba. Eu gostaria muito de um dia poder conseguir uma. Desta maneira, então, estaríamos em conformidade com os nossos objetivos.
Quando fomos empreender a criação de abelhas sem ferrão, nosso intento inicial era adquirir espécies que, antes existia no lugar com certa frequência e que, hoje não existe mais.
Com relação ao amigo Rivan, mantive contato com ele a respeito desta abelha. Em breve estarei agendando uma visita ao Meliponário do Litoral, para juntos descobrirmos de que espécie se trata.
Quanto a você Raul, parabéns pelo seu trabalho. Nós, não sei se recordas, conversamos um minutinho no Iberolatinoamericano em Natal. Eu conheço a professora Márcia do SEBRAE e Hélder, este é estudante do curso de Zootecnia e provavelmente faz parte da equipe de apicultura da UFRN a qual integras.
Eu concluí o curso Técnico em Agropecuária em 2003 na Escola Agrícola de Jundiaí. Não sonhava nem com abelhas, porém, hoje realizo esta atividade com o maior prazer.
Outro dia acompanhando o blog Abelhas Potiguares, vi que vocês estão lapidando a ideia de construir um meliponário na Escola e, inclusive estão recebendo doações. Nós aqui do melipoário nos sentiríamos bastante honrados em poder ofertar uma colônia de Rajadas para vocês. É só passar aqui, para nós seria uma imensa satisfação.
Um grande abraço.
João Paulo.