quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Em resposta ao caro amigo Paulo Romero

Não tenho outra coisa a dizer senão te parabenizar por encabeçar essa luta que, diga-se de passagem, é um ferrenho embate, pois está difícil em nosso país encontrar "ditadores de leis" que favoreçam as pequenas, porém valorosas iniciativas. Sempre se valem do poder atendendo aos interesses próprios, ou mesmo, de uma pequena classe - a burguesia, a elite, melhor dizendo. E o bem comum passa despercebido, por longe das atuais diretrizes e prioridades.
Fostes muito pertinente com relação aos doutores - muitos destes vivem enclausurados, escravos de sua própria pesquisa, sedentos do conhecimento científico, sua intimidade com as abelhas não ultrapassam se quer algumas fotografias, artigos, dissertações, teses e por aí vai.
Vejamos bem, são estas pessoas que devem decidir o rumo da meliponicultura? Será que já saborearam o mel dessas abelhas? Já realizaram alguma divisão, tida por muitos como a tarefa mais nobre da atividade? Que preocupação é essa para com as nossas abelhas nativas se as legislações elaboradas constituem verdadeiros obstáculos que impedem seu crescimento e fortalecimento? Por que a academia é proprietária do saber, do conhecimento técnico e é isso que tem que ser vulgarizado configurando-se em um receituário a ser obedecido?
A Meliponicultura hoje, embora encontre dificuldade para ser reconhecida dentre as atividades geradoras de ocupação e renda, consequentemente integradora do organismo social, tem, nos últimos anos, adquirido uma nova roupagem devido, justamente a pessoas como você meu caro Paulo Romero e tantos outros, que se dedicam, que vai à luta e que principalmente nos encoraja para a continuar trilhando este caminho, por hora árduo na busca de seu espaço.
Espero ter contribuído de forma singela para com esse debate e que, fica a reflexão de tais indagações para dar prosseguimento, na tentativa e na esperança de um dia vermos a meliponicultura no rol das alternativas mais impulsionadoras da preservação de nosso meio ambiente - a frágil, degradada, esquecida, porém,  espaço de uma diversidadade extraordinária e incomum dentre os sistemas ambientais do planeta - a Caatinga.
(Figura 1 - Meliponário Campos Verdes)
 (Figura 2 - Cortiço de M. Asilvai)

Um grande abraço,

São Paulo do Potengi/RN, em 26 de outubro de 2011.

João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes

sábado, 22 de outubro de 2011

O retorno: em breve estarei ao lado das minhas adoráveis

Meus caríssimos, depois de mais de cem dias de paralisação dos professores, uma das maiores greves já vistas na história da instituição (UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte), quando já marcávamos os preparativos para nossa formatura, faltando em torno de um mês para o término do nosso curso, houve este empecilho.
(Figura 1 - Turma de História da UERN, Núcleo de Jõao Câmara)
Estes mais de três meses em que foram suspensas as atividades dediquei-me intensamente ao trabalho com as abelhas, tanto as de ferrão (Apis) como as sem ferrão (Meliponíneos).
Esse período teve suas vantagens e desvantagens, como por exemplo, não se calcula o aprendizado, o conhecimento que adquiri observando as abelhas; manejando-as; tendo contato com outros meliponicultores; repassando algumas técnicas para meliponicultores que ainda, como gerações passadas, abrigam essas abelhas em suas casas, onde nunca se quer fora feito qualquer manejo, exceto verificadas quando da “despesca” (termo regionalista utilizado para a retirada do mel); incentivando colegas para esta atividade tão nobre e aprazível que é a meliponicultura, enfim, dentre outras vantagens. Já como desvantagem, foi o prolongamento das aulas, o que estava previsto para o encerramento no mês de julho, com o agravamento da paralisação vamos terminar agora em 26 – 10 – 2011. Isso refletiu significativamente no nosso aprendizado, pois os professores passaram todas as atividades de uma só vez, causando grande correria e, sem deixar de mencionar, o tempo não contribuiu para a qualidade dos trabalhos.
(Figura 2 - Apresentação de Seminário) 
Em meio a essa correria para dar conta de relatórios de estágio, provas, resenhas e seminários e, dividir esse tempo com o trabalho, não me restou nem se quer um pouquinho para as visitas de rotina no apiário e, sobretudo no meliponário que, com certeza, tem meus olhares mais atentos. Já são quase três meses sem visitar o apiário e um sem inspecionar o meliponário. Já estou imaginando o que deve ter ocorrido com as divisões recentes e uma série de outros fatores que possam ter acontecido decorrentes da falta de um acompanhamento mais alentado.
Em breve estaremos preparando novas postagens, fruto do nosso trabalho no decorrer desse período, algumas das quais já foram descritas anteriormente e, outras estão aguardando sua vez para serem apreciadas pelos nossos nobres leitores.

Um grande abraço,

São Paulo do Potengi/RN, em 22 de outubro de 2011.

João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes